
Laguna
Respeito. Esse será o pedido da caminhada contra a intolerância religiosa que ocorre nesta quarta-feira, a partir das 14h, em Laguna. Várias regiões do Brasil também deverão promover o evento.
Em Laguna, a ação ocorre nas proximidades da praça João Pinho, no Mar Grosso, passando pela avenida Senador Galotti, com chegada na praça do Villa.
Na programação vai haver show de curimba/ogãs dos terreiros (grupo responsável pelos toques e cantos dentro de uma gira de Umbanda), roda de capoeira e fechamento com um culto ecumênico promovido pelo Movimento Negro de Laguna, com o padre Bantu Mendonça e dirigentes religiosos.
A iniciativa é dos grupos de Laguna filiados ao Superior Órgão Internacional de Umbanda e dos Cultos Afros por decorrência dos ataques em casas de religião que estão ocorrendo no país. Não há registros em Laguna.
Segundo o professor Fabrício dos Santos, da organização no município, uma das finalidades é combater o preconceito enraizado na sociedade contra os umbandistas, candomblecistas, batuqueiros e admiradores de cultos afros. “Todos estão convidados para integrar a caminhada para propagar a paz e o amor que tanto pregamos”, convida.
Músicas relacionadas com estas religiões irão entoar os ritmos e as palavras de respeito. A caminhada também terá faixas pedindo harmonia entre as pessoas, com dizeres como “Ninguém é melhor que ninguém” e “Amor ao próximo”.
Em Laguna, dados não oficiais apontam 15 terreiros de culto à religião com matriz africana.
Hostilidade social
Manifestação da fé
Para os organizadores, Deus é um só. “Sabemos que Deus tem diversos nomes: Criador, Alá, Jeová, Tupã, Javé, Adonais. Na nossa religião, Deus se chama Olorum ou Olodumaré ou Zambi. O que precisamos é ter respeito, fazer a caridade, a fraternidade, o amor ao próximo. Ninguém é melhor que ninguém. Deus é amor, Deus é respeito, Deus é alteridade, o que falta na humanidade”, afirma Santos. Segundo relatório da Pew Foundation, instituição internacional de pesquisa, o Brasil deixou de ser um dos países mais populosos com menor taxa de Hostilidade Social por motivações religiosas, em 2007, para figurar entre os que têm alta taxa, em 2014. Passou da 2ª posição para a 9ª neste período.