Jailson Vieira
TUBARÃO
Um casal sorridente, simpático e sempre apaixonado. É desta forma que podemos descrever Lavino Santos Thizon, 84 anos, e Noêmia schilickman Thizon, 83. Ontem, eles completaram mais um ano de vida matrimonial. Esse momento feliz é a comemoração de uma linda união, poderia ser mais uma, entre tantas, que ocorrem à luz de velas todos os dias em restaurantes e lares brasileiros, mas não é.
O brinde é especial, afinal, são as Bodas de Platina. São 65 anos de casados e uma grande família formada por sete filhos, 14 netos e 13 bisnetos. A história do casal teve início em São Ludgero. No final da década de 1940, Lavino passou a morar na cidade para trabalhar e estudar em Braço do Norte. Seu objetivo era ser professor.
Incentivado por uma religiosa, o adolescente com 14 anos seguia os seus estudos e morava de aluguel na casa de uma irmã de Noêmia, foi lá que eles se conhecerem, tornaram-se amigos e quando se deram conta começaram a namorar. “Conhecemo-nos quando eu tinha 14 e ela 13, fizemos uma amizade, pouco tempo depois, eu com 17 e ela 16 anos começamos a namorar. Dois anos mais tarde, casamo-nos. Tivemos sete filhos e passamos por muitas dificuldades nesse período, mas crescemos juntos e estamos fortes”, recorda.
Apesar das dificuldades financeiras, o casal conseguiu sustentar a família e conservar, assim como o ‘sabor de uma boa refeição’, a união nesses 65 anos. E vem mais por aí! Com os sete filhos criados, hoje o casal mora no bairro Dehon, em Tubarão. “Nesse período de instabilidade financeira, porque antes era tudo muito difícil, saímos de São Ludgero, parei de lecionar e abri um mercado aqui na Cidade Azul com o meu cunhado, quebramos. Tentamos de novo outro estabelecimento e não tivemos sucesso. começamos a ter um pouco de estabilidade quando trabalhamos em um hotel no Centro. A ‘patroa’ era a cozinheira e eu realizava diversas atividades”, lembra Lavino.
“Segredo foi colocar Deus em 1º lugar”
Noêmia conta que neste período que ambos realizavam as suas funções neste hotel, ela teve alguns dos filhos no seu local de trabalho. “Tinha acabado de preparar uma refeição para os clientes e as dores do parto iniciaram, pouco tempo depois, a parteira chegou e tive mais uma filha”, conta.
Felizes, o casal conta que o segredo da união foi ter colocado Deus sempre em primeiro. Eles foram, por 22 anos, presidentes do Conselho Administrativo e Econômico Paroquial (Caep), e só há três anos deixaram a direção. “Sempre fomos tementes a Deus e gostamos muito de trabalhar em seu nome. Além disso, a nossa alegria é saber que os nossos filhos estão bem encaminhados, todos casados há mais de 30 anos e nossos netos no mesmo caminho, todos graduados. Além disso, nossos bisnetos estão muito bem de saúde”, comemora Noêmia.
Ontem, na festa familiar, os idosos brindaram as Bodas de Platina e foram alvos constantes de felicitações dos filhos e parentes. Segundo a neta do casal, a médica Talita Menegalli Izidoro, foi um momento único, não pela data simbologia da data, mas porque era impossível não querer guardar a imagem do sorriso cúmplice e dos olhos brilhantes daquele casal, que depois de 65 anos só tem um desejo: continuar envelhecendo de mãos dadas e quem sabe chegar às bodas de Brilhante, festejando outros anos dessa linda união.