quinta-feira, 28 março , 2024
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Pe. Sérgio Jeremias

NOSSOS MACHUCADOS

Havia um homem que transportava água na Índia: carregava dois cântaros, um de cada lado, pendurado no extremo de um pau que se apoiava em seus ombros. Um vaso era perfeito e o outro tinha uma rachadura e perdia água. O vaso rachado, triste, observava o outro tão perfeito e, com vergonha e sentindo-se miserável, disse um dia ao seu amo: sinto muito que por causa do meu defeito percas metade do meu conteúdo. Ele lhe respondeu: Quando voltarmos para casa repara nas flores que crescem no lado do caminho. E reparou: eram belíssimas flores, mas vendo que continuava a perder água, repetiu: Não sirvo, faço tudo mal. O senhor lhe respondeu: — reparaste que as flores só crescem no teu lado do caminho? Isto porque eu sempre soube que em ti havia uma rachadura, então plantei sementes do teu lado e a cada dia que fazia este trajeto tu regavas as sementes… e assim pude recolher estas flores para o altar da Virgem Maria. Sem ti e a tua maneira de ser, não seria possível esta beleza. Em tempo: de hoje a sexta-feira, teremos missas dos Santos Anjos no bairro Oficinas, às 6h30, com confissões.

Somos pecadores

Depois de mais de dois mil anos do anúncio da paixão de Jesus, o fato continua a nos provocar. Que o Autor da Vida anuncie a sua entrega às mãos daqueles pelos quais veio para dar tudo, é uma provocação, claramente. Poderia dizer-se que não era necessário, que foi um exagero. Esquecemos muitas vezes a dor que toma o coração de Cristo, fruto do nosso pecado, o mais radical dos males. Não nos deixamos amar por Deus, preferimos ficar dentro de nossas curtas categorias e no imediatismo da vida atual. É necessário reconhecer que somos pecadores como também é necessário admitir que Deus nos ama em seu Filho Jesus Cristo. Depois de tudo, somos como os discípulos, «mas eles não compreendiam esta palavra. O sentido lhes ficava oculto, de modo que não podiam entender. E tinham medo de fazer perguntas sobre o assunto» (Lc 9,45).

QUEM É JESUS PARA VOCê?

«Quem diz as multidões que eu sou?» (Lc 9,18). Esta pergunta faz com que giremos ao redor e contemplemos como resolvem a questão os outros: os vizinhos, os colegas de trabalho, os amigos, os familiares mais próximos… Olhamos o entorno e nos sentimos mais ou menos responsáveis ou próximos – depende dos casos – de algumas dessas respostas que formulam, quem têm relação conosco e com nosso âmbito, as pessoas… E a resposta nos diz muito, informa-nos, situa-nos e faz que tomemos consciência daquilo que desejam, precisam, buscam os que vivem ao nosso lado. Ajuda-nos a sintonizar, a descobrir com o outro, um ponto de encontro para ir além… Então façamos nossa parte: anunciemos Jesus a partir do que a fé do Evangelho nos ensina realmente. (Pe. Olivio Marc)

ONDE VER JESUS HOJE

Hoje, o texto do Evangelho nos diz que Herodes queria ver Jesus (cf. Lc 9,9). Esse desejo de ver Cristo vem da curiosidade. Falava-se muito de Jesus pelos milagres que ele ia realizando por onde passava. Muitas pessoas falavam dele. A atuação do Messias trouxe à memória do povo diversas figuras de profetas: Elias, João Batista, etc.. Mas, por ser simples curiosidade, esse desejo não transcende. Tal é o fato que, quando Herodes vê, não lhe causa maior impressão (cf. Lc 23,8-11). Seu desejo se desvanece ao vê-lo cara a cara, porque Jesus se nega a responder suas perguntas. Esse silêncio de Jesus delata Herodes como corrupto e depravado. Nós, como Herodes, com certeza sentimos alguma vez o desejo de ver Jesus. Mas já não contamos com ele Jesus em carne e osso como naquele tempo. No entanto, contamos com outras presenças de Cristo: na Eucaristia, na Palavra, nos demais sacramentos, nos sofredores, na oração.

FAMíLIA DE JESUS

Jesus revela-nos de que precisamos, também nós, para chegar a ser seus familiares: Aqueles que ouvem…(Lc 8,21) e, para ouvir é necessário que nos aproximemos, tal como os seus familiares, que chegaram até onde Ele estava, mas não podiam aproximar-se por causa da multidão. Os familiares esforçam-se por se aproximar… seria conveniente que nos perguntássemos se lutamos e procuramos vencer os obstáculos que encontramos na hora de nos aproximarmos da Palavra de Deus. Dedico, todos os dias, uns minutos a ler, escutar e meditar a Sagrada Escritura? S. Tomás de Aquino recorda-nos que: é necessário que meditemos continuamente a Palavra de Deus(…) ; esta meditação ajuda fortemente na luta contra o pecado. (Pe. Xavier Jauset)

SEGUIR JESUS HOJE

Jesus continua passando perto de nós, oferecendo-nos seus bens sobrenaturais: quando fazemos oração, quando lemos e meditamos o Evangelho para conhecê-lo e amá-lo mais e imitar sua vida, quando recebemos algum sacramento, especialmente a Eucaristia e a Penitência, quando dedicamo-nos com esforço e constância ao trabalho de cada dia, quando tratamos com a família, os amigos ou vizinhos, quando ajudamos àquela pessoa necessitada material e espiritualmente, quando descansamos ou nos divertimos… Em todas essas circunstâncias podemos encontrar a Jesus e segui-lo como aqueles 12 e aquelas santas mulheres. (Dom Bacela – Espanha)

TOCAR A CARNE DE CRISTO

A pecadora do Evangelho deste dia tocou Jesus e Ele estava feliz vendo como se transformava seu coração. Por isso lhe presenteou a paz recompensando sua fé valente.
O Papa Francisco tem insistido muito na importância de aproximar-se dos enfermos e assim “tocar a carne de Cristo”. Ao canonizar a santa Guadalupe García, Francisco disse: «Renunciar a uma vida cômoda para seguir ao chamado de Jesus amar a pobreza para poder amar mais aos pobres, enfermos e abandonados, para servir-lhes com ternura e compaixão, isto se chama “tocar a carne de Cristo”. “Os pobres, abandonados, enfermos, e os marginais são a carne de Cristo». Jesus tocava os enfermos e se deixava tocar por eles e pelos pecadores.

UM RECADO DE FÉ

Os bons dias lhe dão felicidade. Os maus dias lhe dão experiência. Ambos são essenciais para vida. A felicidade te faz doce, os problemas te mantêm forte, a dor te mantém humano, as quedas te mantêm humilde, o êxito te mantém brilhante. Mas só Deus te mantém de pé. Digamos hoje com confiança: “Ainda que eu não entenda o “porquê” de certas coisas em minha vida. Ainda que pareça que é o fim. Eu confio em Ti…”. Pois os planos de Deus são perfeitos, e eu não preciso entender tudo, eu preciso confiar. Pois nada é impossível para Deus!

Cortejo de vida

Uma pobre viúva seguida por seus familiares e amigos, levava o seu filho ao cemitério e, de repente, vê a multidão que ia com Jesus. As duas comitivas se cruzam e se param, e Jesus lhe diz à mãe que ia enterrar o seu filho: «Não chores» (Lc 7,13). Todos ficam olhando Jesus, que não permanece indiferente a dor e ao sofrimento daquela pobre mãe, mas, pelo contrário, se compadece e lhe devolve a vida ao seu filho. Encontrar a Jesus é encontrar a vida, pois Jesus disse de si mesmo: «Eu sou a ressurreição e a vida» (Jo 11,25). São Bráulio de Saragoça escreve: «A esperança da ressurreição deve-nos confortar, porque voltaremos a ver no céu a quem perdemos aqui». Olhemos para a humanidade de Jesus… tão próximo de nós em nossa dor.

FÉ E VIDA

Devemos tentar fazer em obras tudo aquilo que cremos e professamos de palavra. Numa ocasião, o Papa Bento 16, quando ainda era Cardeal Ratzinger, afirmava que «o perigo mais grave, são os cristãos adaptados», portanto, é o caso das pessoas que de palavra se professam católicas, mas na prática, com seu comportamento, não demonstram o radical próprio do Evangelho. Ser radical, não é ser fanático (já que a caridade é paciente e tolerante) nem exagerado (pois, no amor não é possível exagerar). Como afirmou São João Paulo II, «o Senhor crucificado é um testemunho insuperável de amor paciente, manso e humildade»: não se trata de um fanático nem de um exagerado. Mas é radical até fazer brotar do centurião que assistiu sua morte «Na verdade, este homem era um justo» (Lc 23,47).

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