sexta-feira, 19 abril , 2024
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Camila Scussel

Pare de procurar o investimento mais rentável

Quase todos os dias recebo a mesma pergunta: “onde é mais rentável investir meu dinheiro?”, “onde devo aplicar?”.

    Desculpem-me, mas não estou mais respondendo tal questionamento. E explico o porquê: não estou mais respondendo porque sei que ninguém gosta da resposta “depende”.

Mas como vou responder tal pergunta categoricamente se nem conheço aquele que questiona? Imaginem chegar para uma pessoa completamente desconhecida e sem mais delongas mandar a pergunta “com quem tu achas que devo casar”, ou “em que cidade devo morar” ou ainda “que profissão devo seguir”. O que poderia ser respondido além do singelo “depende”?

Eu nem sei o que objetivo a pessoa tem com aquele dinheiro, quanto ela pretende investir, por que prazo, qual o grau de tolerância dela a risco, qual o nível de conhecimento dela sobre o mercado, como estão organizadas as finanças e a rotina financeira… sem saber a fundo essas coisas não tem nem como dar um direcionamento, imagine dizer “investe aqui…”

Tenho material sobre investimento. Tenho material gratuito em minhas mídias. Tenho material pago, mais completo e avançado, pelo qual cobro o preço de uma pizza, passando o conteúdo que demorei anos para aprender.

Quer investir e não sabe por onde começar? A resposta é sempre uma: pelo estudo. Não precisa ser comigo. Escolha o ministrante que mais agrada, mas se tem interesse pela área, informe-se, não busque respostas prontas.

Se não tem tempo, baixe áudios e escute-os na academia, no trânsito, lavando a louça. Uns 20 minutos ao dia assistindo vídeos ou lendo antes de dormir significa muito depois de alguns meses.
Invista uma parte pequena do seu tempo, invista uma parte menor ainda do seu dinheiro. Tudo que traz retorno financeiro com o tempo é um investimento.

Há informações gratuitas de grande valia. Logicamente elas são básicas. Posteriormente é interessante consumir conteúdo mais aprofundado. Porém, gratuito ou pago, filtre bem o que lê e ouve, algumas informações só existem para convencer que uma porcaria é um bom investimento e fazer você colocar dinheiro naquilo.

Mas infelizmente muitos permanecem com a pergunta “onde devo investir?”, quase como se me dissessem “não quero estudar, quero a resposta pronta”. A esses, obrigo-me a dar a mais sincera resposta: tanto faz, vai perder dinheiro mesmo.

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Chega de demonizar a caderneta de poupança

Sim, isso mesmo, estou dizendo que a velha caderneta de poupança não deve ser excluída da vida das pessoas.

“Como assim, Camila, você não vive dizendo que tem investimentos mais seguros e mais rentáveis, que a caderneta apenas acompanha a inflação, que deixar o dinheiro lá é deixar dinheiro parado.”    
Falei várias vezes e repito: “poupança não é investimento”. Jamais disse que ela não serve para nada.

Desde que as pessoas descobriram investimentos mais seguros e rentáveis que a famosa caderneta de poupança, passou a ser modinha esse bullshit de demonizar a caderneta.

 Coloque toda a reserva no tesouro Selic, fica sem um $-#& na poupança e espera uma emergência ocorrer para ver…

Não tem rendimento que compense a nossa tranquilidade. Na maioria dos casos, penso não ser interessante ter toda a reserva na caderneta, mas pelo menos parte dela precisa estar.

Tesouro Selic é mais seguro? É. Tesouro Selic rende mais? Rende.

Mas… funciona das 9h30 às 18h, só nos dias úteis, e muitas vezes suspende para atualização.
Que outro alocador de dinheiro pode ser sacado em qualquer cidade, em horário estendido e inclusive nos finais de semana?

Mantenha na caderneta de poupança pelo um valor que você possa precisar em uma emergência que não possa aguardar dois ou três dias.

Mas lógico, não ultrapasse muito isso, deixar quantidades expressivas de dinheiro na poupança faz perder, no longo prazo, quantidades expressivas em rentabilidade, e tem investimentos simples e interessantes à dispensação de qualquer um.

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25 anos do Plano Real: um quarto de século sem alta na inflação

É frequente a pergunta “quero investir, por onde devo começar”. A reposta é sempre a mesma: pelo estudo, oras! Antes que alguém torça o nariz para a frase que acabou de ler entenda que ninguém precisa fazer faculdade de economia para ser um investidor. Da mesma forma que não estou sugerindo, em hipótese nenhuma, que alguém deixe de fazer bem seu trabalho, de descansar ou de estar com sua família, para estar debruçado em balanços empresariais.

Estudar, nesse caso, significa se informar, buscar saber, não ir atrás de dicas e sugestões, fazer suas escolhas de forma consciente, sabendo que não está se metendo em uma barca furada.  
Em matéria de investimentos, é necessário que todos tenham em mente um princípio: ‘Há muita gente lucrando com a falta de conhecimento das pessoas, e há muita gente investimento pesado em marketing para perseverar essa falta de conhecimento’. 

Esse princípio explica os famosinhos das finanças, fazer propaganda de COE, explica o crescente número de pessoas investindo em fundos de investimentos, explica o porquê tanta gente acredita que bolsa se baseia em comprar, esperar subir e vender e outras tantas bobagens tão incansavelmente disseminadas. 

Conteúdos disponibilizados na internet são muito uteis para apresentar as pessoas esse mundo dos investimentos que para tantos é desconhecido. Porém é necessário filtrar bem o que se lê ou escuta. E refiro não apenas aos conteúdos gratuitos, tem bastante bobagens pagas nesse mercado.  Quem não lembra da moça da internet e seu R$ 1 milhão acumulado?
A moda maléfica da vez é querer ser o valentão que investe tudo em renda variável. Tem um monte de babaca na internet incentivando isso.. “ah fiquei rico fazendo trade.” Aham, e tá produzindo e vendendo curso de trade na internet por quê?

É sempre bom lembrar que nem tudo que é amplamente divulgado é bom pra você – e sinceramente, tem coisas divulgadas que não são boas pra ninguém, a não ser para quem está tentando te  

Alguns produtos bastantes simples, como o queridíssimo tesouro direto, não requerem grandes conhecimentos. O próprio site do tesouro disponibiliza material para quem quiser se informar,

Trade na bolsa – a parte que ninguém conta
Atualmente, está sendo bastante comum pessoas se interessando por trade. Fazer trade é compra ações na bolsa de valores por determinado preço, e vender quando a cotação sobe, paga-se os impostos e taxas, o que sobra é embolsado (quando sobra). É o que se chama de especular no mercado financeiro. Quando o sujeito especula no mercado financeiro, ele compra um ativo, com o objetivo de vende-lo tão logo esse ativo suba de preço. 

É oportuno esclarecer que bolsa de valores não se resume a isso. Muito pelo contrário. Essa é a parte “aventureira doida” da bolsa de valores. O padrão no mercado é o investidor comprar uma ação para ser sócio daquela empresa, e crescer no longo prazo, com o crescimento daquela empresa. Essa forma de investir, embora seja a mais comum é bem menos conhecida por aqueles que ainda estão distantes do mundo dos investimentos (em outras palavras, há muita gente que pensa que bolsa de valores é um cassino de apostas).

O número crescente de pessoas que tem se aventurado no mercado financeiro como traders (traders: pessoa que faz trade) é facilmente explicado se verificarmos o esforço de marketing de pessoas ou instituições com esse propósito. O youtuber famoso está com um curso de trade, a corretora pipocando na tela do celular anúncios das ações com maiores altas, a moça da internet que tem R$ 1 milhão acumulado (quem não lembra dela né?).

Trade é uma ocupação, e que envolve um risco enorme. As pessoas que vendem a ideia fingem alertar disso, mas é um alerta muito mais brando que deveria. 

É uma ocupação porque necessita tempo integral na frente do computador, necessita conhecimento de gestão de risco, nervos fortes e, acima de qualquer coisa, limites.

Ocorre que é difícil ver o dinheiro de suas economias virar pó, é difícil aceitar que hoje você teve prejuízo, e a maioria dos trades aos se frustrarem nas perdas, injetam mais dinheiro para tentar recuperar. E perdem de novo.

Estatisticamente, os traders quase sempre começam achando que vão ficar ricos rápido; 40% deles permanecem na atividade apenas um mês; 80% saem antes de dois anos, 7% permanecem por cinco anos, e apenas 1% consegue realmente ter ganhos expressivos. “Mas porque o esforço de marketing para convencer as pessoas a se arriscarem nessa atividade tão propicia a não dar certo? “. Porque há muita gente que lucra com a falta de conhecimento das pessoas, lucra com a impaciência que a maioria tem em acumular patrimônio aos poucos e, infelizmente, lucra frustrando os sonhos de muitos.
 
Dentre os beneficiados estão o “instrutor” que vende o curso de trade, a corretora, que ganha a cada movimentação, e até mesmo o governo, já que o imposto de renda é maior quando a compra e a venda ocorrem em prazo curto de tempo.

Quer investir comece pelo conhecimento, estude, se informe, faça suas próprias escolhas com consciência.

Para quem quiser mais, acesse meu ebook cinco coisas que você deve saber para não fazer besteiras ao investir digitando em seu navegador bit.ly/ebook-leitoresnotisul2.

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Selic caiu mais ainda – entenda no que isso te afeta

Boas notícias para a economia nacional essa semana: Selic caiu para 6% ao ano. E se você acha que isso não te afeta em nada, continue lendo e entenda um pouco mais sobre como isso afeta a todos nós (atenção especial para o último item).

O comitê de políticas monetária cortou, na última quarta-feira, meio por cento da taxa Selic anual, que há mais de um ano vinha se conservando em 6,5% ao ano.

Taxa Selic é a taxa básica da economia, todas as outras taxas giram em torno dela. Quando a Selic está em baixa, a inflação também está, e isso o que demonstra que a economia está equilibrada e demonstrando sinais de recuperação. A meta da inflação para o próximo ano é de 4% ao ano.  
Todo mundo sabe o que é inflação, certo? São aqueles bichinhos que mudam as etiquetas de preços de noite, quando não tem ninguém olhando, e sempre pra cima. Inflação baixa significa, entre outras coisas, que o aumento do preço dos itens não será tão expressivo.

“Mas Camila, vivem dizendo que a inflação está baixa, e ainda assim as coisas aumentam de preço”. Os índices inflacionário oficiais são medidos com base na média do aumento de preço de uma cesta de produtos. Dessa forma, produtos que não fazem parte dessa cesta não vão refletir o índice de inflação oficial. Além disso, é importante atentar que se trata de uma média, alguns produtos tem uma variação de preço maior e outros menor. 

Mas não são apenas o preço dos produtos nos supermercados que são afetados pela taxa Selic. Conforme já falamos, a taxa Selic em baixa sinaliza uma economia equilibrada. Isso estimula a expansão de grandes empresas, o que resulta em uma maior oferta de posto de trabalho. A expansão dessas grandes empresas, oportuniza a abertura de pequenas e medias empresas que fornecem suprimento para as grandes, ou para seus funcionários. Ou seja, outros tantos postos de trabalho são criados.

Por fim, mas não menos importante, tem-se o incentivo aos investimentos. Quem não sair da caderneta de poupança agora merece um puxão de orelha. Explico: a sempre que a Selic estiver abaixo de 8,5% ao ano, a poupança rende 70% da Selic mais TR (TR significa taxa referencial, é uma taxa tão baixa que é mais fácil traduzir a sigla para taxa ridícula). Com a Selic a 6,5% ao ano, como estava até quarta-feira, a poupança que estava rendendo 0,2% ao ano mais do que a inflação, vai conseguir ser render menos ainda. 

“Tá, Camila, mas então eu sair da poupança e ir para a renda variável, porque se a Selic tá em baixa a renda fixa não compensa né? Li isso na internet”. A internet tem coisa boa, mas também tem um monte de bobagens, filtre bem tudo o que lê. Todos os dias tem sites, youtuber e blogueiros querendo te incentivar a ir para a renda variável. Por quê? É que você paga taxas quando investe em ações e quando não sabe o que está fazendo paga muita taxa. Bolsa de valores não é nenhum cassino, e acima de tudo não é lugar para principiantes. E se pensou em investir por fundos de investimentos, é necessário que você entenda como esse tipo de investimento funciona (na maior parte das vezes funciona como um cavalo de troia).

Quem quiser saber um pouco mais sobre o assunto investimentos, no meu Instagram @planejamento_financeiro_camila tem bastante conteúdo que pode te ajudar, inclusive um ebook gratuito para evitar mancadas. Caso prefira, peça pelo WhatsApp: (48) 99974-0804. Contate-me sempre que precisar. Boas escolhas a todos.

Mudanças no fgts – entenda e escolha

O governo anunciou, nesta quarta-feira, mudanças das regras para saque do Fundo de Garantia por Tempo de Serviços. Mas dessa vez não é simplesmente ir lá e encher os bolsos de cascalho. Há algumas regras e opções que devem ser compreendidas.

De forma resumida, o trabalhador poderá retirar R$ 500 de cada uma das contas do FGTS. Explicando um pouco melhor: Para cada emprego que você teve, ou tem, há uma conta diferente de FGTS. Uma das mudanças das novas regras é a possibilidade de saque de até 500 de cada uma das contas. Os saques serão liberados a partir de setembro.

Mas o “melhor da festa” está por vir: a partir de 2020, será possível optar por uma modalidade nova de saques, batizada de saque-aniversários. Os trabalhadores que aderirem a essa modalidade poderão fazer saques anuais das contas do FGTS. Porém, há algumas regras que precisam ser compreendidas:

a) Não será saque total, há uma tabela que limita a quantia a ser sacada. De forma prática, quando maior o saldo, menor o percentual que pode ser sacado.

b) Escolhendo a opção do saque anual terá de nela continuar por pelo menos dois anos. Após esse prazo, poderá voltar à opção do saque rescisão, se quiser.

c) Quem optar por saques anuais não poderá fazer o saque total da conta em caso de demissão sem justa causa. A multa de 40% devida pelo empregador, em caso de demissão sem junta causa, continuará valendo, e a alíquota de 40% sobre o total depositado, independente de quanto o trabalhador já sacou. Porém, o trabalhador demitido, que fez a opção pelos saques anuais, não poderá sacar o saldo total disponível na conta.

d) Quem optar pelo saque anual precisa informar a caixa a partir de outubro de 2019.
É importante que os trabalhadores entendam que a mudança é apenas a uma opção. Caso considerem mais viável deixar tudo como está, basta não aderir à opção do saque anual.
Talvez a pergunta que alguns estejam se fazendo nesse momento é: “até onde é interessante eu optar pelos saques anuais?”   

Para responder, é necessário a compreensão do porquê existe FGTS. Sem maiores rodeios, o FGTS foi um fundo criado pelo governo para socorrer as pessoas que não têm reservas para se sustentar em caso de demissão. O fundo nada mais é do que uma conta de emergência forçada, porém, com duas peculiaridades, considero eu, um tanto maléficas:

1 – essa reserva de emergência só poderia ser usada em situações que o governo considerasse oportuno, como demissão involuntária, caso de catástrofe, compra de casa própria, etc. (em outras palavras é como se o governo dissesse “deixa que eu cuido do teu dinheiro porque tu não sabe fazer isso sozinho”);

2 – essa reserva rende uma miséria de 3% ao ano, conseguindo a proeza de perder até para a magrela caderneta de poupança.

Portanto, caso você, nobre leitor, seja uma pessoa com educação financeira, que tem cultura de poupança, que tem ou está formando sua reserva de emergências, se você é aquela pessoa que investe o excedente em ativos mais rentáveis, escolha a opção de saques anuais. Você não estará vulnerável em caso de demissão involuntária, já que tem sua reserva de emergência, e poderá usar parte dos recursos para aplicar de forma muito mais rentável que o governo (e caso você tenha dificuldades com investimentos, tenho um curso mastigadinho do assunto a preço de bananas. Pergunte-me pelas redes sociais).

Porém, se você é do tipo que não pode ver um dinheiro extra que já vai logo tocar ele na fogueira, esquece o FGTS e preocupe-se em aprimorar sua educação financeira. Pode começar me seguindo nas redes sociais.

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Conversar sobre finanças é preciso

Quando o assunto é planejamento financeiro, economia doméstica, otimização de gastos, um grande desafio que as pessoas costumam apontar é a participação da família. É praxe justificativas furadas como “não consigo poupar porque tenho filhos” ou “o problema não ou eu, é meu marido, é minha esposa”.

Para quem enxergou a sua realidade nas frases acima, tenho que ser sincera a dizer: o problema não são os filhos nem o marido, nem a esposa, nem o cachorro… O problema é a falta de diálogo franco nessa casa.

Dialogo. Tem que saber como conversar. A maior parte das pessoas fala em dinheiro em tom de briga, de cobrança. A famosa pergunta “para que você foi gastar com isso?” só preceitua uma troca de farpas entre o casal que só piora as coisas.

E se, ao invés disso, começássemos perguntando sobre os desejos de cada um da casa. Sem ironias, sem estigmas, apenas para tentar entender o que é realmente importante para o outro.
A expressão “corte de gastos” tão comumente usada nos lares, infere sentimento de sacrifício em pró de uma necessidade. Quando trocamos pela ideia de gastar melhor, estamos focando em otimizar o orçamento. Destinar dinheiro para aquilo que realmente é importante, questionar mais as necessidades de comprar isso ou aquilo e em especial, conquistar aos poucos o objetivo traçado pela família.

O tracejo de metas e o planejamento de premiações quando conquistadas, podem motivar todos. Importante, porém, que sejam metas atingíveis, e que as premiações sejam compatíveis com a conquista alcançada.

Mais ou menos assim: saímos das dívidas – premiação; conquistamos 50% da reserva de emergência – premiação. Mas lembre-se: premiações compatíveis com a conquista, para não andar em círculos.    

Não tente fazer seu planejamento sozinho se você não mora sozinho. Se seu orçamento sustenta mais alguém além de você mesmo, recrute seus aliados. A melhor maneira para isso é fazê-los entender o que todos na casa ganharão com isso.

É hora de entrar na bolsa?

Atualmente o assunto do momento relacionado a finanças é a ‘bendita’ bolsa de valores. Notícias como “bolsa em alta”, “bom momento para ações”, é “hora da renda variável” pulam nas telas dos celulares de qualquer pessoa que já tenha pesquisado por termos relacionados. Mas afinal, é mesmo hora de entrar na bolsa? Consigo aprender a operar operando? O curso do Fulano de Tal, que propõe me ensinar a ganhar dinheiro com as oscilações da bolsa de valores vale a pena?

Como diria Jack Estripador… vamos por partes. Há basicamente duas formas de ganhar dinheiro na bolsa: investindo e especulando. Não entendeu nada? Eu explico:

Bolsa é um ambiente onde se negociam ações. Ações são pedacinhos minúsculos de empresas. Por vários fatores o preço da ação pode subir ou cair e o detentor daquela ação vai perder ou ganhar dinheiro na bolsa.

Algumas pessoas, ao comprar ações preocupam-se em saber se a empresa está bem posicionada no mercado, se tem boa gestão, quais os projetos futuros, se as dívidas estão equilibradas, se a empresa é lucrativa e etc. Essas pessoas estão investindo na empresa, estão buscando boas oportunidades, para ser sócias e por isso, estudam os fundamentos que as fazem acreditar que a empresa tem boas perspectivas futuras.

Outras pessoas não fazem essas análises todas, pois compram ações visando apenas a especulação financeira ou, em outras palavras ganhar dinheiro com a oscilação momentânea no preço da ação. Dessa forma, os especuladores compram a ação, em alguns dias (ou mesmo no mesmo dia) o preço da ação sobe, vendem e embolsam o lucro. Curto ou curtíssimo prazo, o risco é sempre alto. Se você ficou interessado é necessário dizer: estatisticamente 40% das pessoas desistem frustradas depois de um mês.

Mas o celular continua pipocando anúncios: “youtuber famoso dando curso de trade na internet” (fazer trade significa especular na bolsa); “aprenda análise técnica de ações”, “você ainda não está na bolsa mesmo com a alta que apresentou?”. Minha responsabilidade como educadora financeira me obriga dizer: cuidado com tudo isso.

Se é famoso e ganhou dinheiro fazendo trade, por que está dando curso pela internet ao invés de continuar fazendo trade? Mostrar entusiasmo com a bolsa em alta é fácil, quero ver onde estarão quando começar a cair. Não se trata de pessimismo, é um fato. Nenhuma bolsa cresce para sempre e ninguém tem bola de cristal para saber se agora é hora de entrar ou hora de sair.

Em suma, entenda que há muitas pessoas interessadas em fazer você especular. Corretoras, que são intuições financeiras que intermediam a compra de ações, cobram taxas por negociações. O interesse da corretora é sempre que você gire o dinheiro. O professor de trade da internet normalmente (para não dizer sempre) é patrocinado por uma. Seja qual for o investimento que você escolha, ações ou renda fixa; investir dinheiro melhorando o currículo ou usá-lo, para abrir uma empresa, sempre cerque-se de informações e nunca tome suas decisões emocionado. O medo paralisa, mas o receio protege.

Cobrança indevida de ICMS na conta de energia

Ultimamente, tem circulado a notícia de cobrança indevida de ICMS na conta de energia, passível de restituição. O assunto deixou muita gente em dúvida, por isso resolvi trazer para a coluna algumas informações.

A reclamação de cobrança indevida tem ocorrido porque os governos estaduais estariam calculando erroneamente o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na conta de energia. Isso porque, ao invés de cobrar o ICMS sobre o valor da energia elétrica consumida, que seria o correto de acordo com a determinação legal, o imposto incide também sobre a tarifa do uso dos sistemas elétricos de distribuição, a tarifa do uso dos sistemas elétricos de transmissão, e inclusive sobre os encargos setoriais.

Ou seja, o ICMS está incidindo sobre o valor total da conta, não sobre a energia efetivamente consumida por aquela casa ou empresa. O aumento acarretado foi de 5 a 35%, a depender do grupo tarifário e da composição de consumo do contribuinte.

Os governos estaduais alegam que a cobrança é devida constitucionalmente. Mas há entendimentos dos tribunais superiores de que a cobrança é ilegal e inconstitucional, sendo possível, portanto, ajuizar ação para requerer a exclusão dos encargos devidos pela distribuição e transmissão da energia da base do cálculo do ICMS sobre a conta de energia.

Agora a pergunta que você, caro leitor, provavelmente está se fazendo nesse momento: como saber se estou pagando mais do que devo. Pois bem, pegue sua conta de energia, e verifique a composição do preço. Há os itens:  energia/ consumo (é a tarifa de energia consumida); Transmissão; Distribuição; Encargos setoriais e Tributos. Logo abaixo você tem a base de cálculo do ICMS, a alíquota e o valor desse imposto. O correto, de acordo com os Tribunais Superiores, é a incidência da alíquota apenas sobre o valor do consumo e não sobre a soma desse valor com das demais tarifas e tributos.

 Pessoas físicas ou jurídicas que identificaram que estão pagando ICMS sobre as tarifas de distribuição, transmissão e encargos, podem pedir na justiça a revisão do ICMS cobrado, além do ressarcimento dos valores pagos nos últimos cinco anos corrigidos pela Selic. Para ajuizar ação é necessário a contratação de advogado.

Importante salientar que o pedido ainda terá efeitos para o futuro. Os governos estaduais estão recorrendo em todas as instancias por considerar devida a cobrança. A ação costuma demorar cerca de três anos para a decisão final.

O caso foi descoberto em 2016, quando advogados de grandes industrias constataram a cobrança indevida e ajuizaram uma ação. O STF deu causa ganha aos clientes lesados. Resta saber se a justiça continuará com o mesmo entendimento. 

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As sacolas plásticas e o início de um novo tempo

Mariana Schuchovski
Doutora em Engenharia Florestal

Desde quarta-feira, os estabelecimentos do Estado do Rio de Janeiro estão proibidos de oferecer sacos ou sacolas plásticas descartáveis aos seus clientes, devido à aprovação da Lei 8.006/2018. Na mesma semana, a cidade de São Paulo (SP) sancionou um projeto de lei municipal para a proibição do fornecimento de canudos plásticos na cidade. Seguindo esse ritmo, logo medidas semelhantes estarão presentes em todo Brasil.

E agora, o que podemos fazer? Muitos de nós passamos a vida inteira usando copos e canudos plásticos em festas, restaurantes e escritórios, e sacolas plásticas para as compras. Essas mudanças são reflexo de um tema importante e discutido há muito tempo. Os impactos que causamos ao meio ambiente precisa ser repensado urgentemente. Economia circular, negócios de impacto, sustentabilidade, economia de baixo carbono, empreendedorismo social, indústria 4.0… Com a definição de um novo marco legal e diante de tantos temas relevantes, fica evidente que estamos vivenciando momentos de grande transformação. Uma verdadeira disruptura.

Como consumidores e cidadãos, sabemos da importância de consumir de forma consciente, priorizando produtos e serviços que minimizem os impactos negativos ao capital natural e à biodiversidade, ao mesmo tempo em que respeitem os direitos humanos e as relações sociais e trabalhistas. Isso tudo, sem deixar de lado a viabilidade econômica, aspecto igualmente importante para o equilíbrio e o desenvolvimento sustentável. Mas como sociedade, precisamos também assumir o compromisso de produzir de forma responsável. Em outras palavras: a conscientização sobre as responsabilidades na atuação de cada organização, instituição e indivíduo.

As sacolas e os canudos plásticos são a ponta do iceberg, quase como um chavão, pois representam apenas uma tímida parcela da quantidade de plástico e de matérias-primas de origem fóssil (como petróleo) que consumimos. No entanto, muito maior do que o impacto na quantidade do plástico consumido, é o impacto na mudança de hábitos. E é justamente aí que reside a grande transformação, importante e urgente. Esta mudança ocorre mais lentamente do que a adaptação tecnológica, já que vivemos tempos de inovação acelerada, pois envolve questões culturais, econômicas, sociais, dentre tantas outras.

No caso dos canudos, por exemplo, foram adotadas inúmeras formas de conscientização da população sobre os perversos impactos do plástico sobre a vida marinha e a terrestre. Vídeos, postagens e campanhas diversas evidenciando a realidade com o engajamento de tantas pessoas famosas e não famosas, foram cruciais para desencadear o processo de revisão sobre a maneira como consumimos.

Apesar da dificuldade de se conscientizar uma população de que o novo modelo é melhor do que o modelo anterior, a mudança de hábitos passa a ser duradoura. “A mente que se expande a uma nova ideia, jamais retornará ao seu estado original”, Einstein declarou muito sabiamente.

Torçamos para que esta premissa possa valer também para tantos outros produtos e processos que precisamos rever. Embora recente e, talvez ainda pouco consolidado, dificilmente voltaremos a consumir canudos plásticos. O mesmo se aplica às sacolas plásticas. Elas são só o começo. E não tem mais volta.

Você já ouviu falar em violência financeira?

Imaginem vocês a situação: cidadão trabalha a vida toda, educa os filhos da forma que acredita ser a mais correta, poupa seu dinheiro (as gerações anteriores tinham mais cultura de poupança que a atual), e ao chegar na velhice, recebe uma merreca de aposentadoria que mal garante uma vida digna. Como se não bastasse, o pobre idoso (literalmente pobre, e literalmente velho) é lesado financeiramente por familiares ou por instituições.

De acordo com a Secretaria dos Direitos Humanos, o abuso financeiro é a terceira causa mais comum de violência ao idoso, correspondendo a quase 21% das denúncias recebidas pelo disque-100. 

Violência financeira é caracterizada por qualquer apropriação ilícita do patrimônio de uma pessoa idosa, e pode ser realizada por familiares, profissionais e instituição. 

O Estatuto do Idoso, Lei 10.741/2003 prevê como crime a conduta de receber ou desviar bens, dinheiro ou benefícios de idosos.  
Para uma compreensão melhor sobre o assunto, vamos separa-lo em dois casos:

– Violência financeira no âmbito familiar: ocorre quando algum familiar ou pessoa muito próxima, usa de má-fé e se apropria dos recursos do idoso. Também bastante comum essa violência ser praticada quando o familiar contrai empréstimos em nome do idoso, para ser consignado diretamente em sua aposentadoria ou pensão. 

– Violência financeira institucional: ocorre quando o idoso contrata empréstimos sem pleno conhecimento das regras e consequência da contratação.

Em meu trabalho no serviço público (para quem não sabe eu também sou servidora pública) ouço diariamente a lamentação dos velhinhos, após perceberem que foram ludibriados pelo acesso facilitado ao crédito, que na maioria das vezes, nem solicitaram. A ingenuidade dos idosos é tamanha, que é comum queixas como “me disseram que tinha um dinheiro lá pra eu pegar, não falaram nada que tinha juros” ou “se eu precisasse de empréstimos eu pedia direto no INSS”.

Obviamente, o INSS não é instituição financeira e não empresta dinheiro. Porem a confusão existe porque muitas instituições ligam ou enviam mensagem ao celular do idoso dizendo ser do INSS.  Sim, denunciamos com muita frequência, mas parece ser como enxugar gelo.

Nos últimos anos, muito se tem falado sobre educação financeira e finanças pessoais, o que é ótimo. A frequência com a qual o assunto é debatido deve-se muito pela expansão da internet e das redes sociais. Porém, velhinhos costumam ter considerável dificuldade com tais tecnologia, e isso talvez explique o fato de o subtema violência financeira ser pouco debatido. Façamos então a nossa parte, alertando nossos avós, pais e tios desses perigos. 

Todas as pessoas idosas, qualquer que seja a sua situação financeira e de saúde, podem ser vítimas de violência financeira. Só a informação e a prevenção nos(as) podem proteger!

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