Conectados à internet e desconectados de nós mesmos

Foto: Divulgação/Notisul
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Professora Luciana Flôr Corrêa Felipe
www.unisul.br/agetec
luciana.flor@unisul.br

Corremos o risco de desaprender o que é um toque de carinho, uma comunicação olho a olho, uma expressão de afeto… Tudo isso por estarmos nos habituando a viver, declarar e registrar nossos sentimentos somente nas redes sociais e na memória do celular.

O mundo está mudando cada vez mais rápido como consequência do desenvolvimento tecnológico acelerado, o que proporciona ações antes inimagináveis. E, é inegável que em muitos aspectos a tecnologia, com seus equipamentos, dispositivos, aparelhos e máquinas, facilite nossa vida.

No entanto, não podemos ficar dependentes dela, ou deixar o virtual se confundir com o real, pois a humanidade já está sentindo os efeitos do excesso de tecnologia e conectividade, uma vez que estão prejudicando aspectos que são importantes para o desenvolvimento humano, como a afetividade, a sensibilidade, a contemplação, a atenção ao momento presente, o contato, a convivência, a privacidade; prejudicando por vezes, nossa saúde física e/ou emocional. Até em nosso cérebro, literalmente a tecnologia pode penetrar através da inteligência artificial e, correremos o risco de nos distanciarmos de nossa essência.

O sociólogo norte-americano Robert Weiss escreveu, na década de 1970, que existem dois tipos de solidão: a emocional e a social. Segundo Weiss, a emocional é o sentimento de vazio e insatisfação causado pela falta de relacionamentos profundos. Já a solidão social é o sentimento de aborrecimento e marginalidade causado pela falta de amizades ou de pertencimento a uma comunidade. Neste caminho, vários estudos reforçam a tese de que os sites de relacionamentos reduzem a solidão social, mas aumentam significativamente a emocional.

Portanto, experienciar a vida como uma sequência de encontros cada vez mais mediados e processados, pode até acrescer nossa rede de relacionamentos, contatos, conforto e visibilidade, mas também pode nos afastar de nós mesmos, causando danos irreparáveis.

Descobrir um limite adequado para conviver de forma saudável e equilibrada com a tecnologia e, com tudo que ela pode proporcionar, é algo que cabe a cada um de nós. Mas, garantir que a tecnologia cumpra o seu principal papel – que é o de servir e promover a prosperidade da humanidade – é algo que precisamos perseguir coletivamente. Por isso, é importante nos mantermos conscientes que a tecnologia deve estar ao nosso serviço e não o contrário.

Você sabia?

O Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGA) está com processo seletivo discente aberto, para Mestrado. O curso visa gerar e ampliar conhecimentos e estimular a criatividade científica e tecnológica na área das Ciências Ambientais, buscando o desenvolvimento mais sustentável e o uso de tecnologias limpas. Profissionais de diferentes origens e com foco nas ciências ambientais podem se inscrever até amanhã, pelo Portal Unisul.

Fique atento!
A Fapesc está recebendo, até o dia 31 do próximo mês, propostas para a concessão de recursos de subvenção econômica (recursos não reembolsáveis) para a geração de empresas de base tecnológica que, a partir da transformação de ideias inovadoras em empreendimentos, incorporem novas tecnologias aos setores econômicos estratégicos do Estado de Santa Catarina. Outras informações sobre o Programa Centelha: http://www.fapesc.sc.gov.br/edital-de-chamada-publica-fapesc-no-03-2019-programa-nacional-de-apoio-a-geracao-de-empreendimentos-inovadores-programa-centelha-sc/.