A Anvisa aprovou nesta quarta-feira (23) o uso do medicamento Kisunla (donanemabe) para tratar o Alzheimer em estágio inicial. A substância age diretamente nas placas de proteína beta-amiloide no cérebro, desacelerando o avanço da doença em pacientes com comprometimento cognitivo leve e demência leve.
Remédio age na proteína que provoca o Alzheimer
O Kisunla é um anticorpo monoclonal que atua combatendo os aglomerados de proteína beta-amiloide, que formam placas no cérebro e afetam funções como memória e raciocínio. Ao se ligar a essas proteínas, o medicamento reduz os aglomerados e retarda a progressão do Alzheimer. A Anvisa destaca que a aprovação é válida para casos nos estágios iniciais da doença, com sintomas leves e presença confirmada de patologia amiloide.
Estudos mostraram melhora significativa nos pacientes
A eficácia do medicamento foi comprovada em um estudo com 1.736 pacientes, todos em fase inicial do Alzheimer. Os participantes foram acompanhados por 76 semanas e divididos entre os que receberam o donanemabe e os que tomaram placebo. Aqueles que receberam o medicamento apresentaram uma progressão clínica menor da doença. Segundo a Anvisa, essa diferença foi estatisticamente significativa e demonstrou um avanço no controle da condição.
Uso tem contraindicações e reações adversas
Apesar dos resultados positivos, o uso do donanemabe não é indicado para todos os pacientes. Aqueles que fazem uso de anticoagulantes, como a varfarina, ou que tenham diagnóstico de angiopatia amiloide cerebral, devem evitar o tratamento. Isso porque os riscos, nesses casos, podem ser maiores do que os benefícios esperados. Entre as reações adversas mais comuns estão febre, sintomas semelhantes aos da gripe e dor de cabeça após a aplicação. A Anvisa informou que irá acompanhar os efeitos do medicamento com rigor e adotará medidas de segurança conforme o Plano de Minimização de Riscos.
Doença ainda sem cura, mas com tratamento pelo SUS
A doença de Alzheimer é considerada a forma mais comum de demência neurodegenerativa em pessoas idosas. Ela compromete a memória, o raciocínio e a capacidade de realizar tarefas do dia a dia. Apesar de ainda não haver cura, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito, com acompanhamento multidisciplinar e medicamentos que ajudam a retardar os sintomas. O novo medicamento aprovado pela Anvisa se soma a esses esforços, representando um avanço importante para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e de suas famílias.