O Vaticano informou neste domingo (2) que o Papa Francisco teve uma noite tranquila em sua internação, após apresentar melhora no quadro respiratório. No entanto, médicos mantêm um prognóstico de muita cautela. O pontífice, que está internado desde 14 de fevereiro, inicialmente para tratar uma bronquite, foi diagnosticado com infecção respiratória polimicrobiana e pneumonia bilateral.
Apesar das dificuldades respiratórias enfrentadas nos últimos dias, o boletim médico indicou que Francisco respondeu bem aos tratamentos, incluindo ventilação mecânica não invasiva e oxigenoterapia de alto fluxo. No sábado (1º), ele conseguiu se alimentar sozinho, recebeu a eucaristia e realizou fisioterapia respiratória.
Internação prolongada preocupa fiéis
A permanência do Papa Francisco no hospital tem gerado apreensão entre os fiéis católicos e líderes religiosos. Desde sua internação, ele passou por períodos críticos, com broncoespasmos e agravamento da bronquite asmática.
- Diagnóstico inicial: bronquite evoluindo para infecção respiratória
- Confirmação de pneumonia bilateral em 18 de fevereiro
- Tratamento inclui fisioterapia respiratória e suporte ventilatório
Renúncia do papa não está descartada
Mesmo debilitado, Francisco continua exercendo suas funções como líder da Igreja Católica. Contudo, o Código de Direito Canônico prevê a possibilidade de renúncia voluntária caso sua saúde o impeça de continuar no cargo.
Em 2022, o papa revelou ter assinado uma carta de renúncia ainda em 2013, logo após assumir o posto, prevendo essa possibilidade. Se isso acontecer, o Cardeal Camareiro (Camerlengo) assume temporariamente e organiza um novo conclave para eleger o sucessor.
Como funciona a escolha de um novo papa?
Em caso de óbito ou se a renúncia ocorrer, o Vaticano segue um processo rigoroso para eleger um novo líder religioso. O conclave, reunião secreta dos cardeais na Capela Sistina, é conduzido em total isolamento e pode durar semanas.
- O Camerlengo lacra os aposentos papais e assume o governo provisório
- O conclave é iniciado após cerca de 20 dias da vacância
- Para ser eleito, um candidato precisa de dois terços dos votos dos cardeais
- A fumaça branca na chaminé da Capela Sistina indica a escolha do novo papa
A expectativa sobre o estado de saúde de Francisco continua alta, e sua decisão sobre continuar ou renunciar ao pontificado pode ser anunciada em breve.
Brasileiros aptos a votar ou serem eleitos em caso de vacância papal
Sete cardeais brasileiros com menos de 80 anos podem votar em um conclave para eleger um novo papa, enquanto todos os oito cardeais brasileiros podem ser eleitos, independentemente da idade.
Em caso de renúncia ou falecimento do Papa Francisco, de acordo com as normas da Igreja Católica, apenas cardeais com menos de 80 anos têm direito a voto. Atualmente, o Brasil possui sete cardeais aptos a participar como eleitores:
- Dom Odilo Pedro Scherer: Arcebispo de São Paulo, 75 anos.
- Dom Orani João Tempesta: Arcebispo do Rio de Janeiro, 74 anos.
- Dom João Braz de Aviz: Arcebispo Emérito de Brasília, 77 anos.
- Dom Leonardo Ulrich Steiner: Arcebispo de Manaus, 74 anos.
- Dom Paulo Cezar Costa: Arcebispo de Brasília, 57 anos.
- Dom Jaime Spengler: Arcebispo de Porto Alegre, 64 anos.
- Dom Sérgio da Rocha: Arcebispo de Salvador, 65 anos.
Esses cardeais possuem o direito de voto em um eventual conclave, conforme estabelecido pela Igreja Católica.