Dieta de informação – você precisa fazer!

Como descrevemos nas últimas colunas, é perceptível para a maioria das pessoas que o mundo está cada vez mais dinâmico e veloz, e que além de tudo a geração de conteúdo, seja na forma de conhecimento ou informação, está dobrando de volume em prazos cada vez menores. Vejam que tudo que foi produzido desde que o homem começou a registrar sua história até o início da era do cristianismo (lá pelo ano “zero” da nossa era), levou mais de 18 séculos para ser multiplicada por dois, o que ocorreu por volta da Revolução Industrial nos anos de 1750. Já em 1900, eram necessários 100 anos para dobrar todo o conhecimento produzido no planeta, e em 1945, apenas 25 anos. Atualmente, são necessários menos de 12 meses, e pasmem, estima-se que por volta do ano de 2020, isso ocorrerá em menos de 12 horas.

Esta verdadeira “avalanche” de dados e informações que chegam a nós, além da crescente oferta de entretenimento para que possamos consumir por streaming (como Netflix e o YouTube), além do acesso em tempo real de tudo que está ocorrendo no mundo neste exato instante, têm sido responsáveis pelo aumento na ansiedade de milhões de pessoas. Duvida? Então o desafio para que converse com seus conhecidos do trabalho e/ou amigos e verá que a maioria terá uma resposta do tipo: “Estou cansado. Muita coisa para fazer. Não estou mais dando conta. Tudo está passando muito rápido, etc.”.

Somado a isto, ainda temos os mensageiros instantâneos, sobre os quais escrevi nas duas últimas semanas, que são responsáveis por nos trazer mais informações ainda (nem todas verdadeiras e relevantes), e é claro, os aplicativos dos grandes portais de notícias (e dos repórteres amadores também!) que são responsáveis por nos informar sobre tudo em todos os momentos.

Querem ver um paradoxo gerado por esta alta interconectivade entre as pessoas e os geradores de conteúdo? Um exemplo claro disso é o seguinte: por mais que os números e pesquisas indiquem que o mundo nunca esteve “tão seguro” quanto observado nestas últimas décadas, e que as taxas de mortalidade por diversos motivos, como fome e doenças, também sejam as mais baixas já observadas, a “sensação geral” é que estamos vivendo em um verdadeiro caos e em um “mar de sangue”. Pare um minuto a leitura e reflita: você também percebe isso?

A explicação é simples. Antes da popularização do rádio (por volta do ano de 1930, no Brasil) as pessoas, quando recebiam informações era de forma escrita (poucos sabiam ler) ou pelo boca-a-boca. Posteriormente, começaram a ouvi-las, e então “vê-las” depois da popularização da TV (que inicia por volta dos anos de 1950/60), no Brasil. E assim continuou até o início dos anos 2000. Acontece que, neste modelo, você precisa estar próximo a um rádio ou em frente à TV para receber estas notícias, e, ainda, as mesmas são fruto de uma seleção editorial e normalmente são transmitidas em horários pré-definidos.

Com a chegada e popularização dos smartphones, e consequentemente dos aplicativos de notícias e mensageiros instantâneos, passamos a ter acesso a isso tudo 24 horas por dia e em qualquer lugar, com alguns “detalhes” que fazem toda a diferença.

Muitas notícias que antes não eram destacadas na mídia tradicional, agora estão disponíveis na tela do celular. Muitas fotos, vídeos e/ou detalhes que antes eram omitidos, seja por economia de tempo ou por cortes do editor, agora também estão ali. Sem contar que não dependemos mais somente das mídias tradicionais para ficar sabendo de tudo.

Se até alguns anos atrás, por vezes não ficávamos sabendo nem mesmo do que ocorreu na nossa rua ou no nosso bairro, agora temos acesso a tudo, e muitas vezes em tempo real, por meio das “lives” produzidas pelos “repórteres amadores”.

Adicione ainda uma “pitada” de ingenuidade (ou maldade mesmo), em que se não bastasse toda esta enxurrada de notícias, muitas delas propositalmente apresentadas de forma alarmista para chamar a atenção do consumidor, ainda temos as chamadas “Fake News”, que em tradução direta seria as notícias falsas.

Então, não é o mundo que está mais violento, e sim nós, que passamos a saber mais do que acontece. E é por este motivo que se justifica começarmos a fazer uma “dieta de informações”.
Reflita, você realmente precisa:

• de todos aqueles APPs de notícias no seu celular?

• estar ligado naqueles canais de notícias 24 horas por dia?

• ter acesso a todos aqueles portais de notícias, jornais e revistas?

• compartilhar aquela notícia recebida pelo WhatsApp, sem saber se ela é verdadeira?

Quanto sugiro uma “dieta”, quero dizer que devemos ter um “consumo” de qualidade e em quantidade adequada, e não uma abstinência total. Ou seja, você deve continuar se informando de tudo que acontece, mas de forma moderada.

Quer uma sugestão de consumo de qualidade e com escolha? Entre no grupo de WhatsApp do próprio Jornal Notisul, onde são enviadas as principais notícias da região, do país, e do mundo. Uma vez recebidas, o poder de escolher quais lhe interessam é SEU!

A tecnologia está aí para nos ajudar, proporcionar-nos maiores conectividade e interação entre as pessoas, e não para nos deixar doentes.

Consuma notícias, mas com qualidade.

Leia outros textos desta coluna em http://bit.ly/fernandopitt.