Mandatos de 6 anos

Um desgaste desnecessário, bilhões de reais jogados no lixo e uma tramitação política sem fim. Acabamos de votar e eleger presidente da República, governadores, seus vices, deputados estaduais, federais e senadores. Digo acabamos porque outubro passado foi logo ali, os mandatos estão apenas começando para esses, mas, nos bastidores da política já faz tempo que uma pré-campanha já iniciou mirando as eleições do próximo ano. No primeiro dia após a votação do segundo turno, em 29 de outubro já ouvi falar em quais os possíveis nomes para o pleito de 2020, quando serão escolhidos novos prefeitos, seus vices (ou os atuais recolocados no cargo por mais quatro anos) e vereadores.

Toda esta logística: define pré-candidatos, convenção de partidos, aponta o candidato, homologa o seu nome, realiza campanha, prepara a urna, convoca os mesários, prepara um aparato gigante de segurança, faz a contagem dos sufrágios, divulga os vencedores, prepara o evento das posses, enfim… Tudo isso quem paga é o cidadão.

É evidente que eleições a cada dois anos são desgastantes, tem custos milionários a partidos, políticos e, principalmente, ao erário. O Tribunal Superior Eleitoral fica inchado com tanta informação para computar, sua responsabilidade em gerir tanta coisa em tão pouco tempo parece inimaginável, mas este não é o grande empecilho, o que me gera pasmos é o valor injetado em cada pleito. Em vez de mandatos de quatro anos (tirando senador – que já tem direito de ficar o dobro deste tempo no cargo), o ideal seria aprovar urgentemente a reforma política, e que lá conste o novo período para o cargo eletivo, aí sim para todos: seis anos, e ponto. Uma eleição a cada 2.190 dias. A questão do direito à reeleição é outro ponto que discutiremos em uma próxima coluna. Sou a favor de uma no mesmo cargo, o que daria 12 anos. É um tempo considerável para que tal cidadão demonstre sua contribuição como prefeito, vice, governador, deputado, senador, vereador. Se não conseguir em mais de uma década é porque falta comprometimento com os que lhe elegeram, além de transformar tal cargo em profissão, o que é um erro colossal praticado pela maioria.
Sem mais delongas, um abraço e ótima semana!