Suas pegadas digitais: Como são?

Foto: Divulgação/Notisul
Foto: Divulgação/Notisul

Nas últimas semanas abordamos nesta coluna temas relacionados ao desenvolvimento pessoal por meio da educação, seja ele formal ou informal, e também procuramos provocar nossos leitores a escolher uma modalidade de ensino mais adequada a suas ambições e disponibilidade além de trazer alguns argumentos para ajuda-los a modelar seu itinerário formativo (leia outros textos em bit.ly/fernandopitt). Considerando que você e/ou seus filhos já se decidiram e estão se dedicando para um constante aprendizado neste ano que acaba de iniciar (já passou o carnaval), nesta semana que a internet comemora 30 anos de sua criação vamos voltar a abordar o tema tecnologia em especial como ela poderá te ajudar ou prejudicar na sua futura carreira profissional, tudo isso baseado nas suas atuais “pegadas digitais”.

Antes de tudo, vamos esclarecer o que são as ditas “pegadas digitais”: resumidamente podemos definir como sendo tudo que está na internet sobre uma pessoa. Algumas destas pegadas são deixadas pelos próprios usuários, especialmente nas redes sociais, e outras são coletadas sem que necessariamente saibamos disso.

Assim, vou dividir este tema em pelo menos dois textos, dedicarei esta coluna para tratar da primeira situação na qual o próprio usuário deixa suas pegadas de forma consciente, ou muitas vezes de forma inconsequente mesmo.

Acontece que hoje as mídias sociais são uma realidade para bilhões de pessoas no mundo inteiro. Para se ter uma ideia deste número, estima-se que só o Facebook tenha mais de 2,2 bilhões de usuários mensais no planeta, o YouTube mais de 1,9 bilhões, o WhatsApp mais de 1,5 bilhão, e Instagram mais de um bilhão, isso só para ficar entre os maiores e mais conhecidos. No Brasil os números também são impressionantes, considerando uma população aproximada de 210 milhões de Brasileiros, destes mais de 127 milhões acessam mensalmente o Facebook, sendo que mais de 90% destes acessam a rede por meio de um dispositivo móvel (geralmente um smartphone). Já o Instagram conta com mais de 50 milhões e o Twitter mais de 41 milhões de usuários mensais aqui nas terras tupiniquim.

Com tantos usuários assim e com a facilidade de registrar fotos e fatos em qualquer lugar e em qualquer hora graças a portabilidade dos celulares, segundo o “Fórum Econômico Mundial” estima-se que em 2018, a cada 60 segundos, eram enviados mais de 38 milhões de mensagens pelo WhatsApp, feitos mais de 973 mil logins no Facebook e feitas mais de 174 mil “deslizamento de telas” no Instagram.

E é aqui que você entra registrando conscientemente, ou inconsequentemente mesmo, suas pegadas digitais. Tudo o que você fizer nestes aplicativos sociais ficará registrado, e milhões ou bilhões de outros usuários poderão ver suas atividades. Até aí não tem problema nenhum, claro, desde que seu comportamento seja adequado e respeitoso. Contudo, muitas pessoas por estarem atrás de uma tela se sentem protegidos e livres para escrever o que quiser, atacar ou ofender pessoas ou grupos com pensamentos divergentes dos seus, e agir como verdadeiros delinquentes digitais. Muitos desses internautas fazem tudo isso utilizando “nicknames” falsos (nickname = nome do usuário) e por isso pensam estar protegidos das consequências, ledo engano, pois não existe anonimato completo na rede de computadores, apenas métodos para estarem menos vulneráveis.

Já a grande maioria dos usuários das redes sociais utiliza a rede de “peito aberto” mesmo, utilizando fotos reais e o seu próprio nome, quanto muito abreviado ou com um apelido. Novamente, nada de errado em fazê-lo desta forma. O problema começa quando as pegadas digitais deixadas deste modo começam a revelar para o mundo um perfil que talvez não seja o mais adequado para sua atual e/ou futura profissão. E da mesma forma poderá apresentar uma característica agressiva não conhecida no “mundo real”. Um exemplo disso, são  aquelas pessoas (geralmente adolescentes) que acabam se expondo sobremaneira, muitas vezes baseadas numa falsa ilusão que estão em um “grupo fechado/secreto” ou ainda por “confiar” no interlocutor do outro lado da tela. Neste caso nunca é demais destacar que não existe garantia nenhuma que suas fotos ou conversas não serão vazadas. Neste caso reflita: como você se sentiria se seus pais e/ou amigos próximos tivessem acesso a esta conversa? E se em 5, 10, quem sabe daqui a 20 anos durante uma análise para algum cargo muito desejado a sua vida seja “varrida” para confirmar uma postura ilibada e esta(s) mensagem(s) ou imagem(s) reapareça(m)? Pense nisso antes de compartilhar imagens com estranhos e até mesmo com pessoas que aparentemente você confia.

As mídias sociais se bem utilizadas podem ser ferramentas excelentes, pois além de aproximar e reaproximar pessoas, também são fontes de informação e de estudos, desde que utilizadas corretamente e com moderação, pois suas pegadas digitais nunca mais serão apagadas.

Fonte: World Economic Forum
https://www.weforum.org/agenda/2018/05/what-happens-in-an-internet-minute-in-2018