Feliz ano novo

 

Bem se sabe que o ano artístico, cultural, educacional e econômico só se iniciam 100% após o Carnaval ou praticamente no início de março. Pensando assim, ficamos a pensar sobre o porquê de tantas festividades na virada do ano? Quem realmente lucra com estas festividades? São perguntas decorrentes de nossa realidade, mas que não nos deixa de expressar nossas felicitações para um ano novo cheio de graça paz, saúde e prosperidade a todos. Contudo, o que desejamos mesmo é uma sociedade mais ativa, justa e crítica com os acontecimentos atuais.
 
As festividades de virada de ano são marcadas por excesso. Os supermercados e pontos comerciais se fartaram em vendas de bebidas e carnes. As festas foram em modo geral feitas com bebedeiras e muita fartura, indo contra, com o clamor de muitos que reclamam do preço da carne ao longo do ano. Os fogos de artifícios foram responsáveis com mais uma quantidade de gastos de muitas famílias que irão reclamar dos preços dos materiais escolares.
 
Na capital catarinense, foram gastos mais de R$ 2 milhões, para 18 minutos de céu enfeitado. Em outras cidades brasileiras, os números foram ainda maiores. Quem ganhou com isto? Não foi a classe de professores que lutam para que se cumpram a lei quanto aos seus salários. Não foi a saúde caótica de nossa região e país. 
 
Estas festas nos remetem a pensar nas políticas feitas no império romano: A política de pão e circo. O sistema com uma política de dominação faz toda uma classe intelectual e pensante, entrar em uma festa que em muitos casos a própria sociedade é quem paga a conta com o excesso. Como? Foram mais de 500 mortos nas estadas brasileiras nas festas de fim de ano, mais de dez mil. Isto mesmo, mais de dez mil multas aplicadas apenas na região sul, tudo em decorrência de um excesso e extravagâncias em nome de uma frase. Ah, é ano novo!!!
 
Ano Novo e com os mesmos problemas, uma sociedade omissa e calada. 
 
Será que estamos sendo ranzinzas? Será que não somos pessoas normais que não curtiram as festas de fim de ano. Sim, comemorar, mas tudo o que é demais cansa, estraga e atrapalha. E estraga não o meu gênero e não nos incomoda a ponto de nos fazer opinar a respeito. Estas extravagâncias acabam com algo mais importante que isto que é: a vida. E, até onde se sabe, cada um tem apenas uma. 
 
Pensando assim, percebo que existe uma frase que refutaria nossas opiniões; “Deus deu a vida para que cada um cuidasse da sua”. Todavia, o sistema é para todos e todos acabam sofrendo as consequências do mesmo, seja nos impostos ou em uma infraestrutura caótica. Os seus direitos terminam onde começa o nosso. Estamos no mesmo barco e vivemos em uma realidade que em muitos casos não é a nossa. Ou de duas uma. Ou a situação está boa para todos realmente a ponto de extravasar, ou estamos vivendo em excesso um dia e esquecendo-se dos 364 dias do ano.
 
Opiniões à parte, cada um tem a sua e deveria viver realmente. O que nos cabe é encerrar desejando feliz ano novo a todos e que os excessos não atrapalhem o ano novo que inicia. Porque, como diz Lessa, o nosso papel nesta vida é ser e fazer feliz.